Un portal de enseñanza musical que desafía los prejuicios y la discriminación.
Música, povos tradicionais e a causa ambiental: por uma educação músico-ambiental crítica
Renan Santiago
Considerações Iniciais
Desde 1998, com o advento dos Parâmetros Curriculares Nacionais, o Meio Ambiente é um tema transversal, isso é, uma discussão que pela, sua relevância, deveria ser tratado por todas as disciplinas. Nesse contexto, está a Música, que embora não seja legislacionalmente reconhecida como uma disciplina escolar, mas sim como um conteúdo da disciplina de Artes, tem obtido status de disciplina em várias cidades do Brasil, após a promulgação da Lei 11.769/2008 (FIGUEREDO; MEUERER, 2016). Nesse contexto, percebe-se a necessidade de a disciplina de Música também alertar e conscientizar sobre a temática ambiental.
É muito importante pensar na questão, pois o ser humano não tem uma relação com a natureza, ele é parte da natureza. Tiriba (2010) critica a visão antropocêntrica, que coloca o ser humano acima das demais espécies e que as práticas escolares corroboram para essa visão de mundo. Faz-se, portanto, necessária uma educação ambiental desde a educação infantil a fim de se reverter tal visão de mundo. Portanto, algumas práticas são sugeridas e ratificadas com documentos superiores, como os DCNIs, que são: 1) religar as crianças com a natureza; 2) reinventar os caminhos do conhecer e 3) dizer não ao consumismo e desperdício.
Contudo, na maioria das vezes, esse tratamento ocorre de forma superficial e sempre por meio da construção de instrumentos musicais de sucata ou através de um repertório cuja letra fale sobre o planeta, por exemplo “Terra, planeta água”, do Guilherme Arantes. Se diz que esse tratamento é superficial pois práticas desse tipo não tem o potencial de apontar para as verdadeiras razões da crise ambiental, a saber: “crescimento populacional insustentável, acentuado aumento da pobreza e desigualdade social, métodos de produção de alimentos insustentáveis, uso de energia insustentável e produção industrial insustentável” (MACEDO, 2000, p. 57) e dão a impresso de que atitudes individuais são suficientes para se “salvar o mundo”. Em outras palavras, essa educação ambiental e musical (que aqui será chamado educação músico-ambiental) não é crítica.
Uma educação ambiental crítica se distingue por se inserir em uma perspectiva política, que considere as relações de poder e fuja de pressupostos alienantes que retire o sujeito do ambiente (GUIMARÃES, 2016). Nesse sentido, tirar uma aula do ano para fazer instrumentos de sucata e cantar sobre o planeta, retirando assim poucos quilos de material reciclável da natureza, sem levantar reflexões sobre como ainda existem toneladas de materiais sendo produzidos e desperdiçados todos os dias, e sobre como as nossas leis e Constituição em pouco ajudam a causa ambiental, e sem nem sequer tocar em assuntos como soberania alimentar, educação popular e sobre quem lucra com a devastação do ambiente, nem de longe, contribui com a causa ambiental e com a formação de indivíduos ambientalmente conscientizados.
Nesse sentido, o presente texto, longe de esgotar o assunto, busca introduzir professoras(es) de Música – já atuantes ou em formação – no assunto e indicar formas pela qual a Música pode contribuir criticamente com a causa ambiental. Para tal, buscar-se-á defender a tese de por meio da aprendizagem sobre a cultura e musicalidade de povos tradicionais, é possível se educar para a defesa do meio ambiente de forma crítica. Dentre os diferentes grupos tradicionais nos quais essa empreitada poderia ser possível, o presente texto destacará as(os) indígenas Guarani Mbya e as(os) candomblecistas das nações Ketu e Jeje.
As(os) Guarani Mbya e o meio ambiente
Existem alguns vídeos nesse portal que tratam da cultura, história e musicalidade Guarani Mbya. Aqui nesse texto, alguns pontos serão reforçados, tendo como base informações obtidas diretamente com as(os) indígenas da aldeia Sapukai de Bracuhy (SANTIAGO, 2021) ou por meio da leitura de monografias de indígenas dessa etnia (ARA’I, 2020; BENITES, 2015; BRIESUELA, 2020; GONÇALVES, 2020; KEREXU, 2015; MARTINS, 2015; MARTINS, 2020; MARIANO, 2020; SILVA, A. 2015; SILVA0 B., 2015; SILVA, 2020; SOUZA, 2015; SOUZA, 2020; VERÍSSIMO, 2020), defendidas na UFSC, instituição essa que tem um curso de Licenciatura Intercultural Indígena.
As(os) Guarani Mbya são a principal etnia indígena do estado do Rio de Janeiro, São Paulo, tendo uma população muito relevante também em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, possuindo também aldeias em outros estados e países, como a Argentina, Bolívia e, principalmente, o Paraguai, onde o Guarani também é um idioma oficial.
Como qualquer comunidade humana, as(os) Guarani Mbya produzem formas culturais características, que definem e delimitam a sua etnia. Nesse sentido, a cultura Guarani Mbya é definida por sua língua nativa, arte (dança, música, artesanato, escultura, gravura corporal, cinema etc.), gastronomia, cosmovisão, hábitos, e religião. Em geral, nas sociedades ocidentais, essas “esferas” da vida são divididas, mas entre as(os) indígenas Guarani Mbya, não existe essa divisão tão clara. Na verdade, tudo está muito unido, tendo a espiritualidade como eixo central. Em outros termos, a língua, as danças, as músicas, os artesanatos e as demais formas culturais são expressões da fé Guarani Mbya. Nesse contexto, não há lógica em somente se buscar aprender sobre a musicalidade dessa etnia sem tentar também entender os aspectos religiosos e espirituais que os Guaranis acreditam. Até porque, sem o conhecimento desses aspectos, não se entenderia plenamente as músicas, pois elas sempre falam de aspectos da fé Guarani Mbya.
Também é relevante explicar que as(os) jurua kuery, isso é, as(os) não indígenas, nunca compreenderão por completo a fé Guarani. Trata-se de algo transcendental, não é algo que se estuda e se aprende, é algo que se vive. O que será apresentado nos próximos parágrafos será uma leitura imprecisa da fé indígena feita por um não indígena. Sempre se sugere que a(o) leitor(a) busque conhecimento sobre os povos tradicionais diretamente da fonte, sempre que for possível.
Na fé Guarani Mbya, há uma entidade cujo nome é Nhanderu Tenonde. Agora, uma pequena aula da Língua Guarani: a palavra “u” significa pai e “nhande” significa “nosso”, quando engloba quem está falando e com quem essa(e) alguém está falando; por fim, tendonde significa “primeiro”. Dessa forma, Nhanderu Tenonde significa, literalmente, “Nosso primeiro pai”, contudo, Nhanderu é uma designação geral para deus ou deidade, logo, o melhor significado seria “deus supremo” ou “deus primordial”.
Nhanderu Tenonde é o primeiro porque ele se criou quando não existia mais nada e, depois disso, criou a Terra e os outros Nhanderu. Uma explicação mais detalhada é dada no vídeo que explica a cosmogonia e antropogonia Guarani Mbya. Nesse texto, o mais importante é falar sobre os quatro Nhanderu que Nhanderu Tenonde criou depois de formar a Terra.
Cada um desses Nhanderu é responsável por determinado(s) elemento(s) da natureza e têm a sua amba (isso é, uma espécie de aldeia espiritual onde os Nhanderu residem com suas esposas) em determinada direção geográfica. Eles são: 1) Nhanderu Karai, deus do fogo, tem sua aldeia na direção norte e é marido de Kerexu; 2) Nhanderu Jakaira, deus da neblina, tem a sua aldeia na direção sul e é marido de Ysapy; 3) Nhanderu Nhamandu, deus do sol, tem a sua aldeia na direção leste a é marido de Jaxuka e 4) Nhanderu Tupã, deus da água, trovão e raios, tem a sua aldeia na direção oeste e é marido de Jaci. Juntos, eles formam puru’ã e’ỹ va’e, isto é: o panteão Guarani Mbya.
Esses são os principais Nhanderu que regem os elementos da natureza citados, mas existem outros Nhanderu que regem outros elementos da natureza e até os animais. Nesse sentido, existe, por exemplo, um deus para os preás, um para os tamanduás, outro para determinado rio, outro para as árvores etc. Algumas(ns) indígenas, por exemplo, ao fazerem uma armadilha para tatu, se distanciam e meditam (talvez, no sentido de fazer orações) para o deus que rege os tatus naquela região, a fim de pedir que ele permita que um desses animais fique preso na arapuca.
Em geral, a regra é clara: tudo na floresta tem dono, e eles são os Nhanderu. Nesse sentido, as(os) indígenas, de forma geral, evitam mexer desnecessariamente na mata e retiram para o seu consumo somente o necessário. Outro ponto importante a ser explicitado aqui é o Mbya Reko, isto é, o jeito de ser Guarani, que vai englobar, justamente, a gastronomia, as artes, a fé, os hábitos etc. É relevante discorrer sobre isso porque o Mbya Reko depende totalmente da presença da natureza.
As aldeias Mbya são chamadas de tekoa, literalmente, semente da vida, no sentido que é tekoa que a vida Guarani acontece e onde se pode exercer o Mby Reko, ou seja, viver como um genuíno Mbya. Nesse contexto, as aldeias precisam de fonte de água, pois além da necessidade do consumo, as águas são sagradas para os Guaranis, assim como também o é o mar.
Também é necessário que se tenha bastante mata, com animais disponíveis para caça e pesca, e frutas nativas, com os quais as(os) indígenas podem comer os pratos típicos de sua culinária. Igualmente, a mata fornece sementes e penas para artesanato, tintas naturais para o grafismo corporal, madeira para as esculturas, bambu para a cestaria, cabaças para os instrumentos, entre outras necessidades.
O que se argumenta aqui é simples: sem o ambiente adequado, é impossível que um(a) indígena mantenha um estilo de vida tradicional. Benites (2015), por exemplo, analisou a infância em duas aldeias Guarani Mbya: uma em Aracruz – ES, que fica no contexto de uma produtora de celulose, onde não se tem mar nem fontes de água doce e a maior parte das árvores são eucalipto (lembrando que as produções de eucalipto são chamadas de “desertos verdes”, porque essa monocultura impede o desenvolvimento de um ecossistema com diferentes animais e vegetais), e outra em Angra dos Reis, que possui uma considerável zona de mata e fontes de água. De fato, como se pode aprender que existe um deus dos rios, se onde se vive não tem rios?
A autora chegou a conclusão de que as crianças indígenas que cresceram na aldeia onde a natureza é mais abundante desenvolveram-se melhor e aprenderam mais sobre a sua cultura, indicando que o convívio com a natureza é primordial para o desenvolvimento dessa identidade étnica.
Nesse sentido, pode-se aprender muito com as(os) indígenas sobre a preservação da natureza: a natureza, mais do que um local de onde tiramos recursos, é sagrada, é criada e mantida pelos deuses. De fato, não é necessário que a(o) leitor(a) acredite piamente na cosmologia Mbya, mas acredita-se que se, minimamente, nós aprendamos a respeitar a natureza e que ela é sagrada sim, talvez não em um sentido religioso, mas no sentido de reconhecer que sem ela a vida humana é impossível, um passo positivo ser-se-á dado.
Nesse contexto, em aulas de Música, não seria, portanto, suficiente ensinar sobre a musicalidade indígena sem também apresentar a cultura, a espiritualidade e a relação com a natureza que esse povo mantém. Assim sendo, ao apresentar um repertório de canções Guarani Mbya, a(o) docente poderá também mostrar como a cultura desse povo se apresenta nas canções, bem como elementos que enaltecem a natureza e a sua a preservação.
Um exemplo é a música Ka’ aguy nhanderu ojapo va’ekue[1]:
Ka’aguy Nhanderu ojapo va’ekue
Mamõ jaikoa’i nderery rupi meme
Ejo ejo
Apy’ma xee aî
Ejo ejo
Apy’ma xee aî
Nhanderu fez as florestas
Onde estivermos
Estaremos sempre com o seu nome
Eu estou aqui
Vem, vem
Eu estou aqui
A música reforça a concepção Guarani que foi Nhanderu quem criou as florestas, de onde brota a vida das(os) Mbya. Há também um ar de fidelidade à Nhuanderu: “onde estivermos, estaremos sempre com o seu nome”. Nhanderu parece responder: “Eu estou aqui, vem, vem”.
Ao ensinar essa canção, o(a) docente pode aproveitar e ensinar sobre Nhanderu, sobre a importância das florestas para o Mbya Reko e sobre como o ser humano tem prejudicado a existência indígena ao devastar matas e poluir rios e a atmosfera. Por fim, pode sugerir que as crianças elaborem “sugestões de lei” para a proteção das florestas, rios e mares, com a justificativa de que a preservação desses ambientes é também a garantia da identidade indígena, teoricamente assegurada pela Lei. Embora sejam apenas sugestões para leis, nada impede que elas sejam enviadas para vereadoras(es) e deputadas(os).
Candomblé Ketu e o meio ambiente
Semelhantemente, as(os) candomblecistas também, por meio da sua espiritualidade, podem nos ensinar sobre a natureza. Igualmente foi escrito na seção sobre os indígenas, também deve-se ler esse texto sabendo que ele não foi escrito por um candomblecista. O que será exposto aqui foi obtido em trabalhos como Cardoso (2006), Fonseca (2002) e Caputo (2012), e em entrevistas feitas com candomblecistas (SANTIAGO, 2021). Embora as informações aqui sejam úteis em um momento inicial, se sugere que o conhecimento autêntico seja obtido diretamente da fonte.
Tal grupo não é exatamente um povo tradicional, pois o que as(os) une são suas crenças religiosas e não questões puramente étnicas, mas o candomblé preserva várias formas culturais de povos tradicionais da África. Sabe-se que a(o) negra(o) escravizada(o), ao ser covarde e violentamente trazidas(os) para o Brasil, não trouxeram somente os seus corpos, mas também a sua cultura, a sua língua e a sua fé. Nesse sentido, embora o candomblé tenha sofrido diferentes modificações desde quando foi trazido pelo Brasil, muitos costumes tradicionalmente africanos foram mantidos.
A religiosidade candomblecista é extremamente complexa, logo, não se busca aqui apresentá-la de forma exaustiva, até porque, isso seria impossível. Para os objetivos desse texto, basta apontar que, assim como os indígenas, as(os) candomblecistas também creem em um ser criador, que no caso, é Olorumarê. Ele teria criado Orum, que é o universo pararelo onde habita, e o Aiê, o nosso mundo. Além disso, ele também criou os seres humanos e os Orixás.
Os Orixás são divindades que auxiliam os serem humanos em seu desenvolvimento espiritual. Eles se apresentam de forma masculina (aboró) ou feminina (aiabas). Algumas(ns) delas(es) existiam no Orum e encarnaram com seres humanos, na forma de reis, rainhas ou outras grandes personalidades. Outras(os) orixás eram humanas(os) que, por graça de Olorumarê, foram divinizadas(os) por conta de atos de extrema relevância feitos em vida.
Obviamente, o que foi expresso acima não apresenta a totalidade do que são as(os) orixás, mas, para os propósitos desse texto, é suficiente indicar que cada Orixá está relacionada(o) à elementos da natureza que as(os) simboliza e que elas(es) controlariam. De forma simplória, as(os) orixás podem ser definidos como os elementos da natureza. Oxossi e Legunedé têm relação com a caça e com os animais silvestres. Oxum é a aiabá dos rios e das cachoeiras enquanto Iemanjá seria a aiabá dos mares. Iasã seria a senhora dos ventos, dos trovões e das tempestades. A Xangô, pertenceria os raios e o fogo.
Por fim, mas não menos importante, há uma Orixá cujo culto é interessante para a reflexão trazida por esse texto: Onilé, que seria a própria Mãe-Terra e teria autoridade sobre ela. Essa Orixá é tida como o próprio meio ambiente, nesse sentido, desrespeitar a natureza e o planeta seria desrespeitar diretamente essa Orixá, bem como as(os) outras(os), cujas riquezas e posses também brotam da Terra.
Assim sendo, para o candomblé, a natureza também é sagrada e divinizada. Ao se acabar com os rios, as matas, os mares e outros biomas, retira-se também a possibilidade das(dos) candomblecistas exercerem a sua fé, pois são nesses lugares são feitas as suas oferendas e libações. Em outras palavras, defender a natureza é também preservar a cosmologia ancestral afro-brasileira e o direito de culto candomblecista, algo defendido na Constituição.
Nesse contexto, a(o) docente de Música poderia fazer algo semelhante ao que foi proposto na temática indígena, mas partindo de um cântico do candomblé, que poderia ser Oro Mimá.
Oro mi má
Oro mi maió
Oro mi maió
Yabado oyeyeo
Oro mi má
Oro mi maió
Oro mi maió
Yabado oyeyeo
E Deus é o mar
Deus é o maior
Deus é o maior
Me ajudou a vencer
E Deus é o mar
Deus é o maior
Deus é o maior
Me ajudou a vencer
Essa é uma música que, na tradição Iorubá, Oxum teria feito para a sua filha. Essa música remete ao mar, à natureza. Após trabalhar os aspectos musicais da Música, a(o) docente poderia explicar o contexto da Música e contar a história de Oxum, aproveitando para quebrar o estereótipo de que as(os) orixás são os demônios da tradição judaico-cristã. Feito isso, poderia refletir sobre como o culto à Oxum e à Iemanjá dependem das águas e, a partir disso, refletir sobre o que poderia ser feito para que tais biomas deixassem de ser poluídos.
Entre as várias respostas, dependendo da idade da turma, poderia emergir a ideia de que é necessário melhorar o saneamento básico pois, por exemplo, só 35% do esgoto da cidade do Rio de Janeiro é tratado. Feito isso, a turma poderia escrever, com auxílio da(do) docente, um ofício a ser encaminhado para algum governante da cidade, solicitando obras de infraestrutura e saneamento básico na cidade, trazendo como justificativa, entre outros aspectos, a importância dos rios e mares para a preservação do culto candomblecista.
Considerações Finais
Espera-se que esse texto tenha sido potente o suficiente para não somente introduzir a(o) leitor(a) na questão das possibilidades da Música em contribuir para a Educação Ambiental, bem como para também trazer novos conhecimentos sobre as(os) Guarani Mbya e as(os) candomblecistas da nação Ketu. Mais uma vez, sugere-se que a(o) leitor(a), caso tenha interesse, busque mais informações sobre esses grupos, em outros lugares, aqui mesmo nesse portal, ou, preferencialmente, junto a essas pessoas.
Destaca-se que, apesar da Educação Ambiental Crítica indicar solenemente que atitudes individuais não são suficientes para se mudar a crise climática, não se busca dizer que elas não são necessárias ou que devem ser desprezadas. Se quiser reciclar o seu lixo, tirar um dia para limpar as praias, colocar filtro no escapamento do seu carro, fazer xixi no banho (sim, havia uma campanha nos anos 90 que dizia que fazer xixi no banho economizava água da descarga e ajudaria o problema hídrico), varrer a calçada ao invés de lavá-la, entre outras ações, saiba que você não está errada(o), suas atitudes são corretas, mas essas atitudes são inúteis se as grandes poluidoras continuarem empurrando gás carbônico para a atmosfera com a anuência dos governos. Por isso, a educação ambiental é uma matéria que se insere na política.
Por fim, também não adianta cantar e falar sobre os povos tradicionais em um ambiente circundado de concreto. Para se aprender a amar o meio ambiente, deve-se ter contato com ele. Por isso, sugere-se que aulas sobre a temática sejam realizadas no ar livre, em um ambiente envolto por natureza, sem se ter a preocupação de as crianças se sujarem, mas, pelo contrário, em um momento de total sintonia com o natural.
Referências
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[1] Áudio disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mTuQOWy1lmM&ab_channel=Mem%C3%B3riaVivaGuarani-Topic, acesso em 07/02/2022